quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Alpha Blondy



No universo musical ele carrega um título de grande responsabilidade, tal fardo sería pesado se não fosse um homem de paz, cujo a ferramenta é a música e suas armas, a poesia, as canções.
Alpha Blondy é considerado o sucessor de Bob Marley
. Seu reggae africano está há mais de duas décadas percorrendo o mundo com mensagens de paz e denúncias das guerras civis na África. Alpha nasceu com o nome de Seydou Koné, na Costa do Marfim, no dia 1º de janeiro de 1953. Criado pela avó Cherie Coco, o menino ganhou dela o apelido Blondy, que vem da palavra “bandit” (bandido) e é pronunciado em francês - “bondee”. O motivo era a sua rebeldia da adolescência.
Em 1972, foi expulso da escola e a avó o enviou à Libéria, onde terminou os estudos e aprendeu o inglês muito bem, o que fez com que Blondy decidisse mudar-se para Nova York e dar continuidade ao seu aprendizado. Em 1977, o cantor assistiu a um show do legendário grupo jamaicano Burning Spear, descobriu o reggae e adotou a religião Rasta. A paixão pela música fez com que ele começasse a cantar em alguns grupos locais.
A possibilidade de gravar um disco solo apareceu quando ele conheceu um famoso produtor, Clive Hunt, que deixou Blondy cheio de esperanças, mas não cumpriu sua palavra. O cantor entrou em depressão e resolveu voltar para a Costa do Marfim, mas mesmo perto de casa e da família, as crises nervosas o levaram a passar quase dois anos em uma clínica psiquiátrica.


Terminado o tratamento, Blondy voltou a cantar já com o nome artístico Alpha Blondy. Como Alpha é a primeira letra do alfabeto grego, o nome traduzido ficaria “primeiro bandido”.
No início dos anos 80, a carreira de Alpha Blondy ganhou outro rumo quando o cantor foi convidado a participar de um programa de TV. A aparição o ajudou a gravar o primeiro disco, “Jah Glory” (1983), que tornou-se um tremendo sucesso, principalmente pelas letras sobre a violência vivida na região. O estilo de Alpha era chamado de “a re-interpretação do reggae jamaicano” e espalhou-se também pela Europa.
O primeiro hit na Europa foi com um EP com quatro canções, “Rasta poué”, que o encorajou a sair novamente da África. Desta vez, o destino foi Paris. Em 1984, ele assinou um contrato com a Pathé-Marconi (EMI) e gravou o segundo disco, “Cocody Rock”. Após o lançamento, Alpha fez uma turnê pela África e conquistou uma legião de fãs adolescentes.
Após a turnê, Blondy dedicou-se à produção de um novo disco, “Apartheid is Nazism”, que saiu em 1985. Além de explorar o tema apartheid, o compositor escreveu a canção “Jesus Come Back”, em que tratava de questões místicas. O assunto foi tema também de algumas letras do disco seguinte, “Jerusalém”, mas, um show para mulçumanos causou polêmica e críticos o chamaram de provocador. O cantor se defendeu ao dizer que acreditava ter uma missão pessoal de restaurar a harmonia entre as religiões.


Em 1987, Alpha e seu grupo Solar System estavam prontos para fazer uma grande turnê na França, mas ela foi cancelada pela produção. O motivo alegado foi o comportamento não profissional do músico, já que os shows de Alpha costumavam ter até duas horas de atraso. Passada a confusão, ele resolveu trabalhar no disco seguinte, “Revolution”, que trouxe canções mais melódicas, com violinos e cellos. As críticas vieram pesadas em cima de uma faixa-discurso que durava mais de dez minutos em homenagem ao novo presidente da Costa do Marfim.
Apesar de dois bons meses de shows nos Estados Unidos, uma segunda turnê pela França foi cancelada e, no final de 1988, ele decidiu voltar para África. Lá, lançou um novo disco, “The Prophets”, desta vez sozinho, sem a gravadora Pathé Marconi, que ele acreditava negligenciar o marcado africano. Com mais um álbum nas lojas, “SOS Guerre Triblale”, Alpha teve seu sucesso reduzido ao continente de origem.
O retorno ao mercado internacional em grande estilo chegou com “Mesada”, em 1992. O disco foi lançado em 50 países e só na França ganhou disco de ouro duplo pelas vendas. Após a longa e cansativa turnê na Europa, Alpha entrou em depressão novamente e a crise foi tão grave, que o cantor tentou o suicídio. No final de 1993, já recuperado, o músico retornou à profissão com “Dieu” (Deus), o disco mais místico da carreira dele.
Os problemas psicológicos voltaram e Alpha foi internado até uma nova volta no final de 1994. Após um show na África, em homenagem ao aniversário de um ano da morte do presidente da Costa do Marfim, Houphouët-Boigny, o cantor voltou a se apresentar na França. Em 1996, uma compilação com os sucessos de Alpha o colocaram novamente na parada musical européia. O disco seguinte saiu no mesmo ano, “Grand Bassam-Zion Rock”, com canções em várias línguas: francês, inglês, árabe e dialetos africanos.
Em 2000, foi lançado o disco “Elohim”, com músicas sobre abusos políticos e corrupção.

No mesmo ano, a crise política na Costa do Marfim se intensificou e Alpha entrou nos debates sobre o futuro do país. Um novo álbum, “Merci”, chegou em 2002 e comemorou 20 anos de carreira na música pela busca da paz. “Merci” chegou a ser indicado ao Grammy, na categoria melhor álbum de reggae. Em novembro de 2003, Alpha Blondy fez três shows no Brasil para divulgar o disco “Essential 2003”, uma coletânea.
Akwaba: The Very Best Of” chegou às lojas em 2005 reunindo grandes sucessos da carreira do cantor e participações de nomes como Lester Bilal, Magic System, Neg Marrons, Cocody Rock, UB40 e Mokobé. Destaque para as novas versões de faixas como “Sweet Fanta Diallo”, “Cocody Rock” e “Yana De Fohi”.


ALPHA BLONDY
(JERUSALEM) Live






ALPHA BLONDY (MASADA)





ALPHA BLONDY (COCODY ROCK)


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