terça-feira, 29 de setembro de 2009
♫☼ Miles Davis ☼♫
No universo musical, ele foi um dos músicos mais influêntes de todos os tempos, o espetacular Miles Davis.
Miles Dewey Davis Jr (Alton, 26 de Maio de 1926 — Santa Monica, 28 de Setembro de 1991) foi um trompetista, compositor e bandleader de jazz norte-americano.
Considerado um dos mais influentes músicos do século XX, Davis esteve na vanguarda de quase todos os desenvolvimentos do jazz desde a Segunda Guerra Mundial até a década de 1990. Ele participou de várias gravações do bebop e das primeiras gravações do cool jazz. Foi parte do desenvolvimento do jazz modal, e também do jazz fusion que originou-se do trabalho dele com outros músicos no final da década de 1960 e no começo da década de 1970.
Miles Davis pertenceu a uma classe tradicional de trompetistas de jazz, que começou com Buddy Bolden e desenvolveu-se com Joe "King" Oliver, Louis Armstrong, Roy Eldridge e Dizzy Gillespie. Ao contrário desses músicos ele nunca foi considerado com um alto nível de habilidade técnica. Seu grande êxito como músico, entretanto, foi ir mais além do que ser influente e distinto em seu instrumento, e moldar estilos inteiros e maneiras de fazer música através dos seus trabalhos. Muitos dos mais importantes músicos de jazz fizeram seu nome na segunda metade do século XX nos grupos de Miles Davis, incluindo: Joe Zawinul, Chick Corea e Herbie Hancock, os saxofonistas John Coltrane, Wayne Shorter, George Coleman e Kenny Garrett, o baterista Tony Williams e o guitarrista John McLaughlin.
Como trompetista Davis tinha um som puro e claro, mas também uma incomum liberdade de articulação e altura. Ele ficou conhecido por ter um registro baixo e minimalista de tocar, mas também era capaz de conseguir alta complexidade e técnica com seu trompete.
Em 13 de Março de 2006, Davis foi postumamente incluído no Rock and Roll Hall of Fame. Ele foi também incluído no St. Louis Walk of Fame, Big Band and Jazz Hall of Fame, e no Down Beat's Jazz Hall of Fame.
*Juventude - de 1926 a 1944
Miles Davis nasceu em uma família relativamente rica em Alton, no estado de Illinois. Seu pai, Dr. Miles Davis II era dentista e, em 1927, sua família se mudou para East St. Louis. Eles também ganharam uma importante fazenda no norte do Arkansas, onde Miles aprendeu a andar a cavalo.
A mãe de Davis, Cleota Mae (Henry) Davis, queria que seu filho aprendesse a tocar piano - ela era uma hábil pianista de blues, mas manteve isso escondido de seu filho. Os estudos musicais de Miles começaram aos treze anos, quando seu pai lhe deu um trompete novo e providenciou algumas aulas com um trompetista local, Elwood Buchanan. Miles revelou que a escolha de seu pai por um trompete, foi feita propositalmente para irritar sua mulher, que não gostava do som do instrumento. Contrário à moda naquela época, Buchanan ressaltou a importância de tocar o instrumento sem vibrato, e assim Davis levaria seu timbre limpo por toda sua carreira. Buchanan dava palmadas com uma régua na mão de Miles, toda a vez que ele usava heavy vibrato. Davis certa vez comentou a importância dessa sua assinatura musical, dizendo:
"Eu prefiro um som agradável sem atitude, como uma voz agradável sem muito trêmolo e sem muitas linhas de baixo. No meio termo. Se eu não consigo esse som, eu não consigo tocar nada."
Clark Terry foi outra importante influência na juventude de Miles Davis. Aos dezesseis anos, Davis era membro de um círculo de músicos e trabalhava profissionalmente quando não estava na escola. Aos dezessete, passou um ano tocando no grupo de Eddie Randle, os Blue Devils. Sonny Stitt tentou convencê-lo a se juntar à banda de Tiny Bradshaw, atravessando a cidade, mas sua mãe negou alegando que ele terminasse seu último ano na escola.
Em 1944, o grupo de Billy Eckstine foi tocar em St. Louis. Dizzy Gillespie e Charlie Parker eram uns dos integrantes, e por causa de uma doença com Buddy Anderson, Davis entrou como o terceiro trompetista por algumas semanas. Quando o grupo saiu da cidade para completar sua turnê Miles ficou, pois seus pais insistiram ainda para ele completar seus estudos acadêmicos.
*Bebop e Birth of the Cool - de 1944 a 1955
"Jazz é como o blues, mas com um pouco de heroína."
Em 1944, Davis mudou-se para Nova Iorque para conseguir uma bolsa de estudos na Juilliard School, mas ao invés disso ele decidiu procurar a banda de Charlie Parker. Suas primeiras gravações foram feitas em 1945 com o cantor de blues "Rubberlegs" Williams e o sax-tenorista Herby Fields, no outono ele se tornou um membro não-oficial do quinteto de Parker, aparecendo em várias gravações iniciais do bebop para os selos Savoy Records e Dial Records. O estilo de Davis no trompete era distinto, mas como solista lhe faltou confiança e virtuosidade dos seus mentores com ele, pois sufocava algumas notas e errava durante seus solos.
Em 1948, teve seu aprendizado como sideman, tanto no palco como no estúdio, e estava começando a desenvolver-se como artista solo. Davis começou a trabalhar com um noneto que apresentava uma instrumentação incomum naquela época, como a trompa e a tuba. Nele também estavam os jovens Gerry Mulligan e Lee Konitz. Após algumas apresentações no Royal Roost Club em Nova Iorque, o noneto assinou com a Capitol Records. Vários singles seriam lançados em 1949 e 1950, apresentando arranjos por Gil Evans, Gerry Mulligan e John Lewis. A partir daí começou sua parceria com Gil Evans, com quem colaboraria pelos próximos vinte anos. Os singles tiveram lançamentos até 1957, quando onze de doze músicas foram lançadas no álbum Birth of the Cool (lançamentos posteriores incluiríam as doze faixas).
Em 1949, ele visitou a Europa pela primeira vez e se apresentou naquele ano no Paris Jazz Festival em maio. A resposta para os músicos de jazz moderno em Paris foi diferente daquela nos Estados Unidos, eles ganhariam certa admiração na capital francesa. A partir de então data os problemas de Davis com as drogas. Tocando em bares de Nova Iorque, Davis estava em freqüente contato com pessoas que usavam e vendiam drogas. Em 1950, como muito dos seus contemporâneos, ele adquire vício em heroína.
Entre 1950 e 1955, Davis fez gravações como líder para os selos Prestige e Blue Note Records principalmente, numa variedade de pequenos grupos. Como sidemans incluíam Sonny Rollins, John Lewis, Kenny Clarke, Jackie McLean, Art Blakey, Horace Silver, Thelonious Monk, J. J. Johnson, Percy Heath, Milt Jackson e Charles Mingus. Por causa de seu problema com drogas, Davis ganhou uma reputação de irresponsável. No inverno de 1953 a 1954 entretanto, ele retorna a East St. Luis e se tranca em um quarto na farmácia de seu pai por doze dias até que conseguisse estar livre das drogas.
Após superar seu vício de heroína com a ajuda de Sugar Ray Robinson, Davis fez uma série de importantes gravações para o selo Prestige em 1954, mais tarde reunidas nos álbuns Bag's Groove, Miles Davis and the Modern Jazz Giants e Walkin'. Nessa época, ele começa a usar a surdina para "escurecer" e abrandar o timbre de seu trompete. Este trompete com surdina seria associado com Davis pelo resto de sua vida.
Em julho de 1955, ele tocou um solo lendário em 'Round Midnight de Thelonius Monk no Newport Jazz Festival. Esta performance levou Davis de volta aos holofotes do jazz, fazendo com que George Avakian assinasse com Davis para a Columbia e formasse seu primeiro quinteto.
*Primeiro Grande Quinteto e Sexteto - de 1955 a 1958
“ Não toque o que está lá, e sim o que não está. ”
Em 1955, Davis dá vida a seu primeiro Miles Davis Quintet. Este grupo apresentava John Coltrane (saxofone tenor), Red Garland (piano), Paul Chambers (contrabaixo) e Philly Joe Jones (bateria). Evitando a complexidade rítmica e harmônica do então prevalecente bebop, Davis se permitiu a tocar longamente, em legato, essencialmente em linhas melódicas em que ele começaria a explorar o jazz modal. Nessa época, Davis foi influenciado pelo pianista Ahmad Jamal, que contrastava seu som esparso com o "atarefado" som do bebop.
O quinteto nunca foi estável entretanto, com muitos dos integrantes usando heroína e o Miles Davis Quintet acabou em 1957.
Neste ano, Davis viajou para a França para compor Ascenseur pour l'échafaud de Louis Malle. Ele gravou a trilha sonora inteira com a ajuda de músicos franceses como Barney Wilen, Pierre Michelot e René Urtreger além do baterista americano Kenny Clarke.
Em 1958, o quinteto foi reformado em um sexteto, com a adição de Julian "Cannonball" Adderley no saxofone alto, gravando Milestones naquele ano.
*Gravações com Gil Evans - de 1957 a 1963
No final da década de 1950 e começo da década de 1960, Davis gravou uma série de álbuns com Gil Evans, tocando trompete assim como flugelhorn. O primeiro, Miles Ahead de 57, apresenta ele tocando com uma big band e um arranjo de cornetas por Evans. As faixas do álbum incluem, "The Duke" de Dave Brubeck, "The Maids of Cadiz" de Léo Delibes, a qual seria sua primeira peça de música clássica européia a gravar. Outra importante inovação característica do álbum, foi a edição sonora para juntar as faixas, tornando cada lado do álbum em uma peça de música só.
Em 1958, Davis e Evans gravaram Porgy and Bess, um arranjo das peças de George Gershwin de mesmo nome. Este álbum apresentava membros de seu grupo atual da época, incluindo: Paul Chambers, Philly Joe Jones, e Julian "Cannonball" Adderley. Davis considerou este álbum como um dos seus favoritos. Sketches of Spain (1959-1960) apresentava faixas dos compositores contemporâneos: Joaquín Rodrigo e de Manuel de Falla, assim como arranjos originais de tema espanhol por Gil Evans. Miles Davis at Carnegie Hall (1961), incluía "Concierto de Aranjuez" também de Joaquín Rodrigo, junto com outras músicas em um concerto sob a direção de Evans.
Algumas sessões em 1962, resultaram no álbum Quiet Nights. Uma pequena coleção de melodias de bossa nova, que foram lançadas contra a vontade de ambos os artistas. Esta seria a última vez que eles criariam um álbum completo novamente. Em sua autobiografia, Davis menciona: " …meu melhor amigo foi Gil Evans."
*Kind of Blue - de 1959 a 1964
Em 1979, Miles tinha voltado seu relacionamento com a atriz Cicely Tyson. Com Tyson, Davis iria superar seu vício com as drogas e recuperar seu entusiasmo pela música. Como ele tinha parado de tocar trompete há quase três anos, recuperar sua embocadura no instrumento provou ser particularmente árduo para ele. Enquanto gravava The Man with the Horn (foram sessões separadas esporadicamente entre 1979 a 1981), Miles tocou seu trompete na maior parte com wah-wah, com um jovem e grande grupo. Ele se casou com Tyson em 1981, e se divorciariam em 1988.
Esse seu grande grupo inicial foi conseqüentemente sendo abandonado, indo em direção a um pequeno conjunto com o saxofonista Bill Evans e o baixista Marcus Miller, ambos estariam entre os colaboradores mais regulares de Davis através da década. The Man with the Horn seria finalmente lançado em 1981 e recebera uma crítica ruim apesar de ter vendido razoavelmente bem. Em Maio, o novo grupo tocou em duas datas como parte do Festival de Jazz de Newport.
Os concertos, assim como a gravação ao vivo We Want Miles de sua turnê seguinte, receberam análises críticas positivas.
No final de 82, o grupo de Davis incluindo o percussionista francês Mino Cinelu e o guitarrista John Scofield, com quem ele trabalhou no álbum Star People. Na metade do ano de 83, enquanto trabalhava nas faixas de Decoy, um álbum misturando soul music e eletrônica que foi lançado em 1984, Miles trouxe como produtor, compositor e tecladista Robert Irving III, quem tinha colaborado antes com Miles em The Man with the Horn. Com um grupo de sete integrantes, incluindo Scofield, Evans, o tecladista e diretor musical Irving, o baterista Al Foster e o baixista Darryl Jones (mais tarde nos Rolling Stones). Miles tocou uma série de sessões na Europa para buscar um recebimento positivo de seus fãs. Enquanto estava na Europa, ele fez parte da gravação de Aura, um tributo para Miles Davis composto pelo trompetista dinamarquês Palle Mikkelborg.
You're Under Arrest foi o próximo álbum de Miles Davis, lançado em 1985, abrangeu uma outra breve mudança sua de estilo. No álbum incluiu como uma de suas interpretações, a balada de Cyndi Lauper "Time After Time" e "Human Nature" de Michael Jackson.
Davis mencionou que hoje muitos dos standards de jazz aceitos foram de fato músicas pop do teatro da Broadway naquela época, e ele estava apenas "atualizando" o seu repertório com novo material.
You're Under Arrest foi o último álbum de Miles para a Columbia. O trompetista Wynton Marsalis repudiou publicamente as recentes gravações de Miles naquela época, como não sendo o "verdadeiro jazz". Comentários aos quais Davis foi indiferente, chamando Marsalis de "um jovem cara legal, mas apenas confuso".
Miles ficou irritado com a demora da Columbia em lançar Aura e talvez, também ciúmes por causa da quantia extraordinária para publicidade que o selo tinha concedido a Marsalis. O ponto final da relação selo/artista foi quando um produtor de jazz da Columbia pediu a Miles que desse um telefonema de aniversário a Wynton Marsallis. Miles assinaria com a Warner Brothers logo após. Davis trabalhou com vários artistas do movimento new wave britânico, incluindo Scritti Politti. Por convite do produtor Bill Laswell, Davis gravou algumas partes com trompete durante as sessões do álbum Album, do grupo Public Image Ltd, que constam no box Plastic Box do grupo. Nas palavras de Lyndon, "foi esquisito, nós não usamos (suas contribuições)." De acordo com Lydon, Davis comparou sua voz com o som de seu trompete.
Gravando pela primeira vez para o grupo contra o apartheid Artists United Against Apartheid. Davis assina logo após com a Warner Brothers, voltando a gravar com Marcus Miller. O resultado dessa gravação é o álbum Tutu (1986), seria seu primeiro álbum a usar ferramentas modernas de estúdio - sintetizadores programados, samples e loops de baterias - para criar um novo modo de Davis tocar. Ganhou análises positivas no seu lançamento, o álbum seria freqüentemente descrito como a cópia moderna do clássico Sketches of Spain, ganhando um Grammy em 1987.
Após Tutu ele lança o álbum Amandla, outro trabalho com Miller e com George Duke, além das trilhas sonoras para quatro filmes: Street Smart, Siesta, The Hot Spot e Dingo. Ele continuou viajando com seu grupo, constantemente alternando seus integrantes.
Suas últimas gravações, ambas lançadas postumamentes, foram o álbum Doop-Bop, bastante influenciado pelo hip hop e Miles & Quincy Live at Montreux, um trabalho com Quincy Jones para o festival de Jazz de Montreux no qual Miles tocou seu repertório de gravações dos anos 1960 pela primeira vez em décadas.
Em 1988 ele atuou em um pequeno trecho do filme Scrooged com Bill Murray, no qual ele era um músico de rua.
Davis recebeu em 1990 o Grammy Lifetime Achievement Award.
No começo de 1991, ele assistiu ao lançamento do filme de Rolf de Heer, Dingo. Estrelando Colin Friels como um frustrado trompetista de jazz da Austrália que vai em busca de seu sonho de encontrar e tocar com Billy Cross, uma lenda do jazz fictícia interpretada por Miles Davis. Na seqüência de abertura do filme, Davis e sua banda inesperadamente vão parar em uma remoto deserto da Austrália e começam a tocar para os habitantes desse local. A apresentação incentiva o personagem principal (Colin Friels) a ir em busca de seu sonho. Foi uma das últimas performances filmadas de Miles Davis.
Miles Davis faleceu em 28 de Setembro de 1991 de AVC, pneumonia e insuficiência respiratória. Em Santa Mônica, Califórnia com 65 anos. Ele foi enterrado no Woodlawn Cemetery, no Bronx, Nova Iorque.
(Fonte: Wikipédia)
Obrigado pela visita, participe, dê a tua opnião, seja sempre bem vindo(a)um abraço e até mais...
Miles Davis - So What(1964)
Miles Davis: Walkin'- The Miles Davis Quintet digs into this classic on November 7, 1967 at the Stadthalle, Karlsruhe, Germany.
Miles Davis & John Coltrane - So What (Live Video)
Miles Davis - Herbie Hancock - Wayne Shorter - Ron Carter - tony williams
Stockholm 1963
Tutu (live) Miles Davis
Miles Davis - Human Nature - R.I.P. Michael Jackson
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário