quarta-feira, 26 de agosto de 2009
♫ ☼ Maria Bethânia ☼ ♫
No universo musical, ela é uma das melhores cantoras do Brasil e do mundo. Com seu estilo inconfundível, carisma e muito,muito talênto! Irmã de Caetano Veloso, outro gênio da Música Popular Brasileira, Maria Bethânia é uma jóia rara, que engrandece a MPB, os compositores, e faz dos brasileiros um povo rico e orgulhoso em ser brasileiro.
Maria Bethânia Viana Teles Veloso (Santo Amaro da Purificação, Bahia, 18 de junho de 1946) é uma cantora brasileira que tem a marca de ser a maior artista feminina em vendagem de discos do Brasil, sendo a maior da MPB, com 26 milhões de cópias. Atende pela alcunha de Abelha-rainha por causa do primeiro verso da música que dá nome ao LP Mel de 1979. Considerada por muitos brasileiros uma das maiores cantoras da história do Brasil. É irmã caçula do compositor Caetano Veloso e da poetisa e escritora Mabel Velloso.
Nascida na Bahia, é a sexta filha de José Teles Veloso (Seu Zezinho), funcionário público dos Correios, e de Claudionor Viana (Dona Canô - Foto abaixo).
É irmã da escritora Mabel Velloso e do compositor Caetano Veloso, e tia da cantora Belô Velloso e de Jota Velloso.
Seu nome foi escolhido pelo irmão Caetano Veloso, inspirado em uma canção famosa à época, a valsa Maria Betânia, do compositor Capiba, um sucesso na voz de Nelson Gonçalves.
Maria Bethânia tornou-se uma das principais intérpretes da música brasileira assim como Caetano, um dos maiores cantores e compositores contemporâneos brasileiros, mundialmente conhecido.
Bethânia foi criada na cidade de Santo Amaro da Purificação e, por ter sido criada na religião católica com influência do candomblé, é devota de vários santos e adepta tradicional do segmento religioso africano Ketu.
Hoje considerada a maior intérprete de sua geração, na infância sonhava em ser atriz, mas o dom para a música falou mais alto.
Participou na juventude de espetáculos semi-amadores em parceria com Tom Zé, Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil; em 1960 mudou-se para Salvador na intenção de terminar os estudos e passou a freqüentar o meio artístico, ao lado do irmão Caetano. Em 1963, estreou como cantora na peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues. No ano seguinte, apresentou espetáculos como Nós por Exemplo, Mora na Filosofia e Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova, ao lado do irmão Caetano Veloso e o colega Gilberto Gil, então iniciantes, a quem lançou como compositores e cantores nacionais e a cantora Gal Costa, dentre outros.
A data oficial da estréia profissional é 13 de fevereiro de 1965, quando substituiu a cantora e violonista Nara Leão no espetáculo Opinião pois a mesma precisou se afastar por problemas de saúde. Nesse mesmo ano, foi contratada pela gravadora RCA, que posteriormente transformou-se em BMG (atualmente Sony BMG), onde gravou o primeiro disco, lançado em junho daquele mesmo ano. O primeiro sucesso foi a canção de protesto Carcará, no repertório deste, que também incluía, dentre outras, as músicas Mora na filosofia, Andaluzia, Feitio de oração e Sol negro, esta última em dueto com Gal Costa (que à época ainda usava o nome artístico de Maria da Graça).
Depois lançou um compacto triplo, Maria Bethânia canta Noel Rosa, que trouxe as músicas Três apitos, Pra que mentir, Pierrô apaixonado, Meu barracão, Último desejo e Silêncio de um minuto, acompanhada apenas por um violão, de Carlos Castilho. Ainda em 1966, depois de voltar à Bahia por um breve período, participou dos espetáculos Arena canta Bahia e Tempo de guerra, ambos dirigidos por Augusto Boal, também competindo em festivais.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, apresentou-se em teatros e casas noturnas de espetáculos, tornando-se assim nacionalmente conhecida.
Foi também a idealizadora do grupo Doces Bárbaros, confiram os videos espetaculares dos Doces Barbaros(abaixo) onde era um dos vocais da banda, que lançou um disco ao vivo homônimo juntamente com os colegas Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, curiosamente na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 70, e ao longo dos anos, este lema foi tema de filme com direção de Jom Tob Azulay, DVD, enredo da escola de samba Estação Primeira de Mangueira em 1994 com a canção Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, já comandaram trio elétrico no carnaval de Salvador, espetáculos na praia de Copacabana e uma apresentação para a Rainha da Inglaterra. Sobre esse encontro, escreveu Caetano Veloso: Eu, Gil e Gal podemos nos discutir as atitudes e as posturas, mas com relação a Bethânia há sempre um respeito aristocrático que o ritmo do seu comportamento exige. E nós estamos sempre aprendendo com ela algo dessa majestade.
Inicialmente o disco seria registrado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo em estúdio, com as canções Esotérico, Chuck Berry fields forever, São João Xangô Menino e O seu amor, todas gravações raras.
Desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), até o fim da década de 80, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos que apresentavam os novos talentos, registrando índices recordes de audiência.
Maria Bethânia participou do especial Mulher 80 (Rede Globo), um desses marcantes momentos da televisão; o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então abordando esta temática no contexto da música nacional e da ampla preponderância das vozes femininas, com Elis Regina, Fafá de Belém, Marina Lima, Simone Bittencourt de Oliveira, Rita Lee, Joanna, Zezé Motta, Gal Costa, Maria Bethânia e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura e feminismo cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de Mágoa e Seca d´Água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
Foi a primeira cantora brasileira a vender mais de um milhão de cópias em um único disco (Álibi, 1978, que contou com as respectivas participações especiais da sambista Alcione e Gal Costa nas músicas O meu amor e Sonho meu) e esse sucesso se repetiu nos dois álbuns subseqüentes: Mel e Talismã (1980), que também obtiveram expressivas vendas (inclusive este último chegou a ver 700 mil cópias em quinze dias com a participação dos cantores e compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil na faixa Alguém me avisou), e inovou no gênero acústico com os dois trabalhos seguintes, Ciclo (1983) e A Beira e o Mar (1984), contrastando totalmente com a sonoridade da época, os trabalhos comerciais, com arranjos e teclados de Lincoln Olivetti, que não tiveram o mesmo apelo popular.
Maria Bethânia ' Carcará ' 1966
Neste primeiro, considerado pela artista o melhor de toda a trajetória, os erros de divulgação da gravadora comprometeram o sucesso do disco onde Fogueira foi a única canção a obter destaque e foi incluída na trilha sonora da novela global Transas e caretas de Lauro César Muniz, tendo sido elogiado pela crítica especializada e recebido com estranheza pelo grande público, apresentando um repertório de onze canções, das quais nove eram inéditas, e apenas duas regravações (Rio de Janeiro - Isto é o meu Brasil e Ela disse-me-assim) e no LP A Beira e o Mar, originado do espetáculo A hora da estrela, cujo título remete ao famoso livro homônimo de Clarice Lispector, o repertório misturou canções inéditas e regravações (Na primeira manhã, Nossos momentos, ABC do Sertão, Somos iguais e Sonho impossível - esta última gravada pela terceira vez, já que havia sido gravada anteriormente nos álbuns A cena muda e Chico Buarque e Maria Bethânia - ao vivo e dali a treze anos, novamente no CD Imitação da vida), também foi pouco divulgado e se definiu a primeira saída da gravadora Polygram (atualmente Universal Music), de onde era contrada desde 1971 (com o álbum Maria Bethânia Viana Teles Veloso - A tua presença, sucesso de público e crítica) e à qual só retornaria dali a cinco anos.
O disco que marca essa volta é Memória da Pele; durante este intervalo de tempo, aconteceu uma breve passagem pela primeira gravadora, a RCA, com a qual assinou contrato para a gravação de três discos, mas acabou gerando apenas dois. São eles: Dezembros e Maria, lançados em 1986 e 1988, respectivamente.
A antológica interpretação de Na primeira manhã surpreendeu Milton Nascimento, inspirando-o a escrever, em parceria com Fernando Brant, a música Canções e momentos inclusa no repertório do disco Dezembros, do qual também fez participação especial nesta música, que também trazia, dentre outras, os sucessos Anos dourados, Gostoso demais e Errei sim; já Maria, originado do espetáculo homônimo dirigido por Fauzi Arap no ano anterior, contou com as participações especiais da cantora Gal Costa (na toada O ciúme, acompanhada somente do sintetizador de Benoit Corboz, que também escreveu o arranjo para esta canção) e duas internacionais: o grupo sul-africano Lady Smith Black Mambazo (na faixa de abertura, A terra tremeu/Ofá) e a atriz francesa Jeanne Moureau (na música Poema dos olhos da amada, declamando uma versão em francês do poema de Vinícius de Morais); não fosse pela emplacação de duas músicas românticas nas paradas de sucesso, as baladas Tá combinado e Verdades e mentiras, que integraram a trilha sonora das novelas globais Vale tudo e Fera radical, respectivamente, faixas com certo apelo para as rádios, este trabalho teria sido um dos mais anti-comerciais da carreira até então, pois contou com uma leitura totalmente acústica - e isto em plena ascensão das duplas pop/sertanejas e do advento da lambada.
Em 1990, Bethânia comemorou 25 anos de carreira com o LP 25 Anos, cujo repertório, essencialmente brasileiro, evocava diversas culturas deste país, trazendo canções consagradas e pouco conhecidas, entre regravações e inéditas. O disco contou com a participação especial de vários cantores e músicos, dentre os quais Gal Costa, Alcione, João Gilberto, Egberto Gismonti, Nina Simone, Fátima Guedes, Hermeto Paschoal, Sivuca, Wagner Tiso, Toninho Horta, Jacques Morelenbaum, Jaime Alem, Márcio Montarroyos, Mônica Millet, Almir Sater, Flávia Virgínia, Nair de Cândia, Armando Marçal, Djalma Correia, Álvaro Millet, Gordinho (Antenor Marques Filho), Zeca Assunção, Wilson das Neves, José Roberto Bertrami, Jamil Joanes, Jurim Moreira, orquestra de cordas e bateria da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira, com regência de Mestre Taranta (participou duas vezes do disco - na faixa de abertura, uma vinheta colada a um texto de Mário de Andrade e a música O canto do pajé - e também na faixa que encerrava o projeto, Palavra, que no final fez uma citação musical à famosa canção de Chico Buarque Apesar de você); o disco emplacou duas músicas nas paradas de sucesso, as regionalistas Tocando em frente e Flor de ir embora, que integraram as trilhas das novelas rurais Pantanal e A história de Ana Raio e Zé Trovão, respectivamente, ambas exibidas pela extinta Rede Manchete.
O feito de gravação de discos acústicos se repetiu no álbum subseqüente, Olho d´Água, lançado em 1992, que não obteve maior repercussão devido à falta de divulgação eficiente por parte da gravadora; no repertório deste, destaque somente para a canção regionalista Além da última estrela, que integrou a trilha sonora da novela global Renascer, de Benedito Ruy Barbosa, exibida no ano seguinte. O álbum também nos mostrou uma incursão pela religiosidade (Ilumina, Medalha de São Jorge, Louvação a Oxum, Rainha negra e Búzio), abrindo e fechando com uma vinheta da música Sodade meu bem sodade, de Zé do Norte.
O sucesso de vendagem voltou em 1993 quando do lançamento do CD As canções que você fez pra mim, que gerou mais de um milhão de cópias e foi convertido para uma versão hispânica (no caso, Las canciones que hiciste para mi) com parte do repertório (sete das onze músicas foram convertidas - a faixa-título, Fiera herida (Fera ferida, um dos hits do disco, tema de abertura da novela homônima global), Palabras (Palavras), Tú no sabes (Você não sabe), Necesito de tu amor (Eu preciso de você), Tú (Você, esta incluída na trilha sonora da novela global Pátria Minha de Gilberto Braga cujo título remete ao famoso poema homônimo de Vinícius de Morais - justamente a sucessora de Fera Ferida) e Emociones (Emoções, um dos grandes sucessos de Roberto) - das que ficaram de fora Olha, Costumes, Detalhes e Seu corpo), que consistiu em um tributo à dupla de cantores e compositores Roberto e Erasmo Carlos, evocando onze parcerias entre ambos. Este disco, além de originar um LP promocional para a Coca-Cola com uma entrevista entre parte do repertório (Emoções, Costumes, Olha e Seu corpo), gerou também um VHS (relançado em DVD em 2009) e um espetáculo calcado na divulgação do disco anterior, dirigido por Gabriel Vilela na casa Canecão (Rio de Janeiro), do qual saiu o trabalho que marca a despedida definitiva da Universal Music: Maria Bethânia ao vivo, de 1995, o último a ter versão em vinil, porém já estava sofrendo com o problema de pressão de espaço físico, com quatro músicas a menos. São elas: Fé cega faca amolada, Detalhes, Você não sabe (as duas últimas, já inclusas no álbum-tributo a Roberto) e Reconvexo (gravada pela cantora no álbum Memória da Pele), inclusas somente no CD. Este disco trouxe regravações dos antigos sucessos entre outras canções consagradas e do álbum de estúdio anterior dedicado a Roberto Carlos.
Maria Bethânia é uma das maiores artista feminina em vendagem de discos na história do Brasil, Revolucionou a forma de se fazer espetáculos no Brasil, intercalando músicas com poemas - Fernando Pessoa, poeta português, Vinícius de Moraes a quem chegou a dedicar um disco inteiro em 2005, Que falta você me faz (a gravação deste álbum foi concluída em janeiro de 2004 mas somente lançado no ano seguinte, em comemoração aos 40 anos de carreira e amizade com Vinícius), Clarice Lispector - criando um estilo próprio e que muito lembra peças teatrais.
Vários dos espetáculos estão entre os mais importantes da história da música popular brasileira, onde se destacam diversos, como Recital na Boite Barroco (1968), o primeiro disco gravado ao vivo, Maria Bethânia ao vivo (1970), ambos lançados pela gravadora EMI, Rosa dos Ventos - o show encantado (1971) produzido e dirigido por Fauzi Arap, Drama terceiro ato - luz da noite gravado ao vivo no Teatro da Praia na capital fluminense (1973), A cena muda (1974), gravado ao vivo no Teatro Casa Grande, onde não declamou poemas - como o próprio título sugere, tendo sido um dos espetáculos mais ousados da trajetória da artista, Chico Buarque e Maria Bethânia ao vivo (1975), Maria Bethânia e Caetano Veloso ao vivo (1978), e Nossos momentos (1982), gravado entre 29 de setembro e 3 de outubro daquele ano, contendo a antológica interpretação de Vida e O que é o que é, esta última lançada pelo autor Gonzaguinha no mesmo ano, que seria o bis preferido dos espetáculos dali por diante.
Isso explica a presença de vários discos ao vivo na carreira da artista - mais especificamente catorze, onde se inclui um gravado na Argentina (Mar del Plata), com Vinícius de Moraes e Toquinho; já como intérprete, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, Noel Rosa, Gonzaguinha, Roberto Carlos, Vinícius de Moraes, Roberto Mendes, Jorge Portugal e Milton Nascimento, são os compositores com maior número de interpretações na voz. Maria Bethânia é carinhosamente chamada por Roberto Carlos de minha rainha.
Em 1999, quando regravou uma canção que fez antigo sucesso na voz de Elis, Romaria (Renato Teixeira), no disco A força que nunca seca, lançado pela gravadora BMG, Bethânia reafirmou ser admiradora. Inclusive este disco, cuja faixa-título foi dedicada à memória de Mãe Cleusa do Gantois, além de trazer músicas inéditas e releituras de clássicos (O trenzinho caipira com citação de trechos do poema O trem de Alagoas de Ferreira Gullar, Luar do sertão/Azulão, Espere por mim morena, Gema - esta já gravada pela cantora anteriormente no álbum Talismã, As flores do jardim da nossa casa), trouxe a polêmica interpretação de É o amor, originalmente gravada pela dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, que foi bastante criticada. Esta foi incluída na trilha sonora da novela global Suave Veneno, de Aguinaldo Silva, exibida àquele mesmo ano. Em seguida, houve um espetáculo que divulgou o disco anterior, do qual saiu o CD duplo Diamante verdadeiro, gravado em agosto, que trouxe canções do referido CD de estúdio (exceto Espere por mim morena), regravações dos antigos sucessos entre outros clássicos.
Muitos são os trabalhos da cantora Maria Bethânia que são referências obrigatórias para a história da música popular brasileira, entre outros estão: Maria Bethânia (1969), Drama - anjo exterminado, com produção do irmão Caetano Veloso (1972), Pássaro Proibido (1976) que trouxe o primeiro grande sucesso na faixa de rádios AM - a antológica canção Olhos nos olhos com destaque também para Amor amor, Pássaro da manhã (1977) onde pela primeira vez declamou poemas em estúdio originado do espetáculo homônimo dirigido por Fauzi Arap e cenário de Flávio Império recebendo o segundo disco de ouro da carreira (o primeiro foi no álbum lançado no ano anterior) com as músicas, dentre outras, Um jeito estúpido de te amar (lançada por Roberto Carlos no ano anterior colado a um texto de Fauzi Arap, com fundo musical de Jogo de damas) e Teresinha, Alteza (1981) que contou com as participações especiais de Caetano Veloso, Gilberto Gil e a irmã Nicinha (no samba Purificar o Subaé), Âmbar (1996), lançado pela gravadora EMI que comemorou os 50 anos de idade trazendo canções inéditas, de novos compositores da MPB entre outras releituras de clássicos (Chão de estrelas, Quando eu penso na Bahia que contou com a participação especial de Chico Buarque e Ave Maria) gerando um espetáculo dirigido por Fauzi Arap do qual saiu o elogiadíssimo CD duplo Imitação da vida gravado na casa de espetáculos Palace (São Paulo, dezembro de 1996) e que incluiu onze textos de Fernando Pessoa e seus heterônimos, Brasileirinho (2003), o primeiro lançado pelo próprio selo Quitanda, unanimidade de crítica e público, com repertório essencialmente brasileiro, evocando diversas culturas deste país e trazendo textos de Guimarães Rosa (extraído do livro Rosiana, coletânea de conceitos, máximas e brocadas do autor, organizada em 1983 por Paulo Ronai), Mário de Andrade (O descobrimento e O poeta come amendoim) e Vinícius de Morais (Pátria minha), contando com as participações especiais do escritor/poeta Ferreira Gullar (recitando o poema O descobrimento), o Grupo Uakti grupo experimental mineiro (na faixa Salve as folhas), Grupo Tira Poeira formado por cariocas, gaúchos e catarinenses (na faixa Padroeiro do Brasil), Denise Stocklos (declamando o poema O poeta come amendoim), as cantoras Miúcha e Nana Caymmi (nas respectivas faixas Cabocla Jurema/Ponto de Janaína e Texto de Guimarães Rosa/Suçuarana), e também originou um DVD, e Pirata (2006), que traz textos de Guimarães Rosa, Fernando Pessoa (Todo cais é uma saudade de pedra), Antônio Vieira (Poesia), João Cabral de Melo Neto (O rio), Jorge Portugal (Orixá), entre outras canções inéditas, regravações de músicas pouco conhecidas e consagradas da MPB, além de releituras de músicas que ela já havia gravado anteriormente (O tempo e o rio e Os argonautas).
Em 2001, desliga-se das grandes gravadoras, transferindo-se para a independente Biscoito Fino, de propriedade de Olivia Hime e Kati Almeida Braga. O disco que marca a estréia na nova gravadora é o duplo Maricotinha ao vivo - comemorativo dos trinta e cinco anos de carreira, que trouxe regravações dos antigos sucessos seus entre outras canções consagradas, textos e do álbum de estúdio homônimo do ano anterior, cuja maior parte das canções era inédita e foi o último álbum lançado pela gravadora BMG, e também gerou seu primeiro DVD.
Em 2003, ainda na Biscoito Fino, lança o selo Quitanda (23 de setembro), para gravar discos com menor apelo comercial e lançar artistas que admira, como Mart'Nália e Dona Edith do Prato. Paralelamente, houve o lançamento do álbum Cânticos, preces, súplicas à Senhora dos Jardins do Céu, gravado originalmente em 2000, que inicialmente não foi comercializado e distribuído numa tiragem limitada de duas mil cópias, apenas para angariar fundos para a restauração da matriz da cidade natal, em homenagem a Nossa Senhora; neste trabalho, a cantora reafirmou a religiosidade, presente em quase toda a obra.
O disco contou com a participação especial da mãe Canô Veloso(Foto acima), Gilberto Gil (violão e voz) e Nair de Cândia, nas respectivas faixas Ladainha de Nossa Senhora, Mãe de Deus das Candeias e uma versão em latim da Ave Maria.
*Bethânia, Caetano e Dona Canô cantam Oração da Mãe Menininha
Bethânia também atua em direções, já tendo dirigido vários artistas entre eles o irmão Caetano Veloso e Alcione. Ao mesmo tempo, produziu a homenagem Namorando a Rosa, a violonista Rosinha de Valença, que tocou alguns anos em sua banda, falecida em 2004 e teve grande participação na carreira da artista, dirigindo o espetáculo Comigo me desavim (1967), e nove anos depois gravou o álbum Cheiro de mato, do qual recebeu grande influência; o álbum contou com a participação especial de diversos nomes consagrados da MPB, como o irmão Caetano Veloso, Alcione, Chico Buarque, Bebel Gilberto, Ivone Lara, Délcio Carvalho, Yamandú Costa, Martinho da Vila, Turíbio Santos, Miúcha, Joanna, Hermeto Paschoal e a própria Bethânia.
Em 2005, foi lançado o filme documentário sobre sua vida e carreira, Música é perfume.
Em 2006 foi a grande vencedora do Prêmio Tim (antigo Prêmio Sharp) de música onde arrebatou três títulos: melhor cantora, melhor disco (Que falta você me faz, um tributo a Vinícius de Morais) e melhor DVD (Tempo tempo tempo tempo, comemorativo dos quarenta anos de carreira). Bethânia, que sempre teve fama de anti-social, (mentira é claro), surpreendeu e compareceu à cerimônia de premiação. No mesmo ano, os CDs antigos - LPs originais que haviam sido relançados anteriormente em CD - voltaram às prateleiras, com encarte completo (na edição anterior ele havia sido suprimido/reduzido), letras de todas as músicas e textos - mesmo que a versão original não as tivesse - e texto interno com a história do álbum redigido pelo jornalista e crítico musical Rodrigo Faour, pois há muito tempo estavam fora de catálogo.
Ainda em 2006, lançou dois álbuns simultaneamente: Pirata, onde canta os rios do interior do Brasil e foi considerado pela crítica uma espécie de retomada de Brasileirinho, lançado três anos antes, e Mar de Sophia, onde canta o mar a partir de versos da poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner. A turnê de promoção dos dois discos foi batizada de Dentro do mar tem rio, com direção de Bia Lessa e roteiro do fiel colaborador Fauzi Arap, originando o álbum duplo homônimo, lançado em 2007.
Lançou em 2007 pela Biscoito Fino o DVD duplo que contempla dois documentários sobre a artista: Pedrinha de Aruanda e Bethânia Bem de Perto. Este primeiro é um registro singular da intimidade de uma das maiores intérpretes brasileiras de todos os tempos, tendo como ponto de partida a comemoração do aniversário de sessenta anos da cantora, celebrados durante uma apresentação em Salvador e uma missa em Santo Amaro, sua cidade natal, em 2006.
Ainda em 2007, novamente é a maior vencedora do Prêmio Tim, mas desta vez empatou com Marisa Monte. Bethânia, mais uma vez, compareceu à cerimônia, e levou para casa os troféus de melhor cantora, melhor disco (Mar de Sophia), melhor projeto gráfico (Pirata) e melhor canção (Beira-mar, do CD Mar de Sophia).
Em 2008, junta-se com a cantora cubana Omara Portuondo e segue em turnê pelo Brasil e países vizinhos, como Argentina e Chile; nos dias 4 e 5 de abril foi gravado o DVD ao vivo em Belo Horizonte no Palácio das Artes, sob a direção de Mário de Aratanha e a produção musical de Moogie Canázio, originando também um CD.
Em 2009, lançou o DVD Dentro do Mar tem Rio, registro do show ao vivo gravado nos dias 7 e 8 de dezembro de 2007, em Sao Paulo, com direção de Andrucha Waddington.
Maria Bethânia é sinônimo de sensibilidade, de sucesso e acima de tudo, de ser a baiana que não se levou por "modismos" musicais, ela é a essência de tudo que há de bom na música, só nôs resta agradecer...obrigado, Maria Bethânia.
Confiram as galerias de fotos e videos, até mais...
Maria Bethânia canta Dorival Caymmi (1969)
Apresentação de Maria Bethânia com o Terra Trio num programa de TV em 1969.
Caetano, Gal, Bethânia e Gil (1976) - Video da abertura do show dos Doces Bárbaros, grupo formado pelos baianos Gilberto Gil, Maria Bethânia, Gal Costa e Caetano Veloso.
Doces Bárbaros - Fé Cega, Faca Amolada (Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto Gil, interpretam a música "Fé cega, faca amolada", composta por Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)
Bethânia e Gal - esotérico -Doces Bárbaros de 1976.
MARIA BETHÂNIA - CALICE - DECADA DE 70
Chico César & Maria Bethânia - Onde Estará O Meu Amor?
Maria Bethânia e Caetano Veloso - De Manhã (Show 35 anos)
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